Grupo busca garantir funcionamento dos setores da produção de…
Com o respeito às recomendações das autoridades em saúde como um mantra, o presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo (PP), iniciou na noite de domingo um movimento para garantir que nenhuma ponta da cadeia de alimentos seja impedida de operar durante o período de isolamento da maioria da população devido ao coronavírus. “Sabemos que a produção de alimentos é fundamental para garantir saúde e, assim, salvar vidas. Com isso, estaremos incentivando e movimentando vários outros setores de apoio”, afirmou em videoconferência com o governador Eduardo Leite (PSDB) e representantes de cerca de 15 entidades e organizações empresariais que integram o Fórum de Combate ao Colapso Social e Econômico do Rio Grande do Sul.
O objetivo é focar as ações em três etapas. A primeira é fazer um levantamento dos setores estratégicos para a produção de alimentos e que dão suporte a ela. Depois, identificar alternativas de funcionamento para os setores estratégicos, sem afetar a saúde dos trabalhadores. Por fim, definida a alternativa mais adequada, desenvolver um plano e processos de implantação. Reunindo entidades de diversos segmentos, o movimento também pretende buscar apoio emergencial de bancos e governos a trabalhadores que já estão enfrentando dificuldades, especialmente os autônomos, e empreendedores que foram obrigados a interromper suas atividades.
“Estamos muito preocupados com a saúde das pessoas e seguindo todas as orientações das autoridades do setor, mas economia também é vida. Temos que desmistificar essa polêmica que surgiu nos últimos dias de que saúde e economia estão de lados opostos. Não podemos esperar a crise do coronavírus passar para discutir ações e um plano de retomada dos setores”, avalia o presidente do Parlamento, sempre reforçando o respeito às regras sanitárias.
A ação da Assembleia é mais iniciativa uma no enfrentamento ao coronavírus e seus reflexos. Na semana passada, a instituição já havia anunciado o repasse de R$ 30 milhões ao governo do Estado para ações de saúde. A próxima reunião do Fórum de Combate ao Colapso social e Econômico do Rio Grande do Sul será nesta quarta-feira (1º), às 8h30.
Planejamento para a retomada
Na reunião, empreendedores relataram dificuldades financeiras de empresas e setores, a ameaça de fechamento de postos de trabalho e de atraso no pagamento de fornecedores, além de outros entraves ao setor produtivo. Cada setor ainda irá apresentar propostas para, assim que haja condições técnicas, retomar gradativamente as atividades.
Governador pediu ao comércio um plano
O governador pediu ao comércio um plano com sugestões para a retomada gradual do funcionamento dos estabelecimentos comerciais. Leite ainda informou que o governo está atuando em duas frentes de trabalho: uma, no âmbito da sociedade civil, criando um canal para ouvir suas principais necessidades e a outra na busca de soluções para o enfrentamento desta crise. Leite enfatizou a importância de evidências científicas para a tomada de novas decisões: “Não podemos prosseguir sem uma base de dados que nos demonstre o caminho a ser seguido”, pois, segundo ele, poderão ser cometidos erros.
Mais de 15 setores representados
Em sua fala, o empresário Daniel Randon, do Transforma RS, frisou que economia e saúde não estão de lados opostos nesta crise do coronavírus. Ele apresentou um dado de que, a cada ponto percentual de aumento do desemprego no país, a criminalidade sobe dois pontos percentuais. Presidente da Federasul, Simone Leite defendeu também que precisa haver uma interlocução do governo do Estado com os setores para que sejam retomadas as atividades, dentro de uma organização de horários de funcionamento, evitando assim um fluxo intenso no transporte coletivo, sob a organização do poder público.
Participaram da videoconferência, também, os deputados Carlos Búrigo (MDB), Frederico Antunes (PP), Sérgio Turra (PP) e Fábio Branco (MDB), que preside a Frente Parlamentar da Indústria Gaúcha. Integram o fórum representantes das seguintes entidades e instituições: Abrasel, Sindha, Abimaq, Fecomércio, Sindilojas Porto Alegre, ACI Novo Hamburgo, CIC Bento Gonçalves, Icatu Seguros, Grupo G5, Amcham, Sulpetro, Fetergs, RTI, proteína animal, Agert e Sinduscon RS.