Medida refletirá em toda cadeia produtiva, do cultivo ao processamento

A produção de etanol no Rio Grande do Sul ganhou um grande estímulo na manhã desta quinta-feira (3/8). O governador Eduardo Leite assinou um decreto que modifica o  regulamento do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias (ICMS) para o etanol. Esta medida se refletirá em toda a cadeia produtiva, desde o cultivo de matéria-prima para a fabricação do combustível até o processamento do produto, além de ser um passo para uma mudança na matriz energética do Estado para um caminho mais sustentável.

A articulação para que essa medida se concretizasse ocorreu há cerca de 60 dias, a partir de uma reunião no Palácio Piratini, em que participaram a Organização das Cooperativas do RS (Ocergs), o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro), Paulo Pires, o presidente da Cooperativa Agropecuária e Industrial (Cotrijal), Nei César Mânica, a Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem (Abid), a Rede de postos Sim, o Grupo Ferrarin, a Cotripal Agropecuária Cooperativa de, Panambi, e o deputado estadual Elton Weber, onde se reivindicou ao governo a ampliação do benefício para as indústrias de etanol, que se confirmou nesta quinta-feira.

O governador Eduardo Leite iniciou sua fala ressaltando que o Estado está vivendo uma agenda de desenvolvimento, competitividade e modernização do sistema tributário, o que gera oportunidades para o gaúcho, que é um povo empreendedor. Salientou que o decreto assinado é importante para toda a cadeia produtiva, pois representa investimentos e geração de empregos em plantas industriais, que possam fazer o processamento do etanol, e estímulo para o setor primário, com ampliação das plantações de cultura de inverno. Tudo isso sem esquecer o compromisso ambiental, uma vez que este combustível gera uma menor emissão de carbono.  O governador ainda deu um aceno para que novas medidas sejam adotadas no futuro. “É um primeiro movimento. Ainda há possibilidade que para aumentar esse crédito presumido”, disse.

O secretário Ernani Polo destacou que este decreto vem ao encontro do que já estava sendo discutido na Assembleia Legislativa, que era dar um valor agregado maior às matérias-primas produzidas no Rio Grande do Sul, e que se conecta com o desejo do governo de impulsionar o desenvolvimento econômico e social do Estado. “Nós temos um grande potencial de produção de etanol e este é um projeto que envolve desde a cultivo, passando pela indústria e a distribuição final. Estamos dando um passo fundamental para caminharmos em direção ao que o Centro-Oeste fez no passado, com a cultura do milho, e que teve como resultado a criação de uma nova matriz econômica na região”, disse.  Polo também deu ênfase no fato de que “o Rio Grande do Sul é um estado que se moderniza, que está próximo do empreendedor e que junto com as entidades e o setor privado busca construir caminhos e alternativas, sempre aprimorando os processos”.

A redução da dependência do etanol externo que o decreto assinado tem por objetivo trazer também representa um incremento na agricultura do Estado. Segundo o presidente da Ocergs, Darci Hartmann, o Estado conta hoje com 7 milhões de hectares de plantas de verão e somente 1,5 milhão de inverno, abrindo a oportunidade de cultivo de lavouras forrageiras que podem ser industrializadas nessa diferença de 5,5 milhões. “Assim, o produtor pode gerar renda e continuar na atividade do campo”, completou.

Também estiveram presente no ato de assinatura do decreto o vice-governador, Gabriel Souza, o coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Autossuficiência do Etanol da Assembleia Legislativa, deputado estadual Elton Weber, o deputado estadual Marcus Vinicius de Almeida, representantes de cooperativas e empresários do setor de combustíveis.

POR RENATA DA SILVA SPANHOL / ASCOM