Em reunião mediada pelo presidente da Assembleia, setor da…
Pelo segundo dia consecutivo, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ernani Polo, mediou, na manhã desta terça-feira (12), uma videoconferência sobre a situação dos frigoríficos gaúchos com a participação de empresas e entidades do setor de proteína animal, Ministério Público, Secretaria Estadual da Agricultura, Secretaria Estadual da Saúde e mais de 15 deputados estaduais.
Em todas as falas o tom foi de busca por consenso para a retomada segura do funcionamento das unidades interditadas em Lajeado e Passo Fundo devido a casos de coronavírus.
O presidente da Assembleia, Ernani Polo, que conduziu a reunião, destacou a representatividade do setor para a sociedade, tanto pela produção de alimentos em si quanto pela geração de emprego e renda a milhares de trabalhadores diretos e a setores envolvidos nas atividades. “Estamos aqui reunidos para buscar caminhos. Empresas e órgãos estão dispostos ao diálogo e isso é positivo”, avaliou.
O secretário da Agricultura, Covatti Filho, comentou sobre reuniões recentes com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que estaria empenhada na busca por soluções e no reforço dos planos de contingência para o setor. Segundo ele, o foco de atuação da sua pasta é a sanidade animal e suas consequências.
Em sua fala, a secretária da Saúde, Arita Bergmann, disse entender a questão econômica e a sanidade animal. Ela afirmou que o tema é considerado uma prioridade do governador Eduardo Leite (PSDB) e que, desde o início, a intenção foi garantir que as empresas criassem condições de segurança para os trabalhadores. Arita reiterou o pedido para que as empresas que estão com interdições comprovem que estão cumprindo com as normas técnicas e disse que a Vigilância Sanitária está de prontidão para dar orientação, prevenir e fazer novas inspeções nas unidades. “Queremos contribuir para que as unidades voltem a funcionar”, afirmou, acrescentando que Lajeado e Passo Fundo receberão uma pesquisa de incidência do coronavírus por amostragem da população.
O procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, afirmou que está ciente das dificuldades nas cidades com a suspensão das atividades dos frigoríficos. Ele repetiu que o Ministério Público esteve por mais de 30 dias conversando com as empresas em busca de protocolos de funcionamento, mas que foi necessário interpor duas ações cíveis públicas para suspender as atividades dos frigoríficos para frear casos de contágio. A promotora Angela Salton Rotunno, do MP, complementou que existe uma chance de acordo com os frigoríficos para revogar as medidas judiciais. No entanto, o MP aguarda contraproposta das empresas.
O diretor executivo da Asgav (Associação Gaúcha de Avicultura), José Eduardo dos Santos, comentou que somente nas unidades da BRF, JBS e Minuano são gerados 7,6 mil empregos diretos e outros 3,5 mil indiretos, sem contar os 1.458 produtores integrados ao processo. As três unidades abatem 232 milhões de aves por ano, 28% da produção gaúcha.