Comitiva gaúcha busca crédito de R$ 2 bilhões junto…
Valor é para socorrer o setor gaúcho de proteína animal
Formada por 25 integrantes, entre secretários de Estado, representantes de bancos, lideranças de entidades e deputados estaduais da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha, a reunião foi para detalhar a gravidade da situação vivida pelos setores de proteína animal e apresentar uma proposta de renegociação e concessão de uma linha emergencial de crédito para os segmentos de aves, suínos, bovinos e leite. Na ocasião, foi entregue a proposta oficial assinada pelas lideranças para o diretor do banco.
Após o relato contextual de todos os presentes, Alexandre Abreu elogiou a organização da comitiva, que compareceu em peso com dados específicos de cada setor, o que ajudou a clarificar o cenário. “Surgiram algumas ideias que ainda precisam ser avaliadas para ver se podem ser aplicadas neste caso, como, por exemplo, o uso de uma linha em dólar, cuja taxa de juro é bem mais reduzida, para quem exporta e tem recebíveis em dólar”, explicou.
O diretor não definiu um prazo de resposta, todavia acrescentou que vai depender da consolidação das informações, que devem chegar em etapas. “Eu acredito que a solução não vem toda de uma vez, algumas coisas serão resolvidas mais rápido e outras, um pouco mais devagar”, disse.
Com a necessidade de fornecer informações para o BNDES, o secretário da Casa Civil, Arthur Lemos, disse que o ponto focal da ação estará no Desenvolvimento Econômico, pasta comandada pelo titular Ernani Polo.
O secretário Ernani Polo explicou que a linha Crédito Rural em dólar é recente e voltada para investimento, mas pode ser adaptada para capital de giro, com juros de 7,5% (5% para o BNDES e 2% para agência repassadora), com prazo de 10 anos, sendo 2 de carência. “Seria uma medida mais célere diante da gravidade atravessada por essas atividades”, comentou.
No entanto, Polo ressaltou que a abertura política foi um dos ganhos desse encontro. “Nós vamos seguir o nosso trabalho, nesse caminho que fizemos junto ao BNDES, com o Congresso Nacional e com os Ministérios da Agricultura e da Fazenda, ficando à disposição para articular junto à bancada federal do Rio Grande do Sul e à Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha para avançar no fortalecimento de uma via sustentável para esses setores”, salientou.
Giovani Feltes, secretário de Agricultura, mencionou que há outros mecanismos a serem construídos, desde uma melhora da legislação no âmbito do Congresso Nacional, como também na elaboração de alternativas que possam diminuir a taxa de juros. “O setor é moderno, bem constituído, importante social e economicamente para o Rio grande do Sul e o país e, ao mesmo tempo, não é um setor que veio aqui sem perspectivas de futuro”, realçou.
O secretário adjunto de Desenvolvimento Rural, Lindomar Do Carmo Moraes, considerou o movimento válido e acredita que a continuidade do trabalho é o caminho viável para obtenção de êxito no pleito em prol da proteína animal.
Representando o setor de aves, o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura, José Eduardo dos Santos, saiu otimista do encontro. “Pelo tamanho da comitiva, ficou evidente a situação crítica do assunto e vejo como positivo esse movimento, que precisa prosseguir para que se efetive essa ajuda que é essencial para as cadeias da área de proteína animal ”, comentou.
Grupo de Trabalho de Proteína Animal vai dar andamento à pauta
A reunião com o BNDES foi marcada pelo deputado estadual Miguel Rossetto, que participou da audiência pública. Também é resultado da ação do Grupo de Trabalho de Proteína Animal (GT de Proteína Animal), que é coordenado pelo titular da Sedec, Ernani Polo. Desde o dia 14 de junho, data da primeira reunião do GT, ocorreram três reuniões de alinhamento, sendo que as duas últimas foram para ajustar o pleito final para ser encaminhado ao BNDES.
“O Governo do Estado está empenhado em amparar esses setores econômicos tão importantes para o RS que estão sofrendo, há pelo menos dois anos, as consequências das estiagens no Estado e da crise potencializada pela pandemia, o que elevou os custos de produção, tornando a manutenção nas atividades um desafio”, disse.
Polo destacou a relevância dos setores da geração de emprego no RS. “São 100 mil empregos diretos e 800 mil indiretos, o que dispensa adjetivar a importância desses segmentos para a economia gaúcha”, reiterou.
POR TAÍS TEIXEIRA / ASCOM