Bancos serão convidados a participar do Fórum de Combate…
Considerando a manutenção do setor de alimentos como imprescindível para a preservação da saúde e de vidas neste momento de crise devido ao coronavírus, o presidente da Assembleia, Ernani Polo (PP), conduziu na manhã desta quarta-feira, por videoconferência, a terceira reunião do Fórum de Combate ao Colapso Social e Econômico do Rio Grande do Sul. Além de relatarem dificuldades de diferentes setores e apresentarem propostas para o enfrentamento da situação, os participantes pediram a participação no grupo dos três bancos públicos do Estado – o Banrisul, o BRDE e o Badesul – para que abordem suas ações.
“Temos dezenas de engrenagens menores que, se uma não funcionar, compromete o funcionamento do todo”, analisou. Polo pontuou que, se a cadeia de alimentos não funcionar a pleno com seus setores de apoio, pode haver “um colapso social e econômico”, comentou Polo.
O empresário Cláudio Zaffari, da Companhia Zaffari, manifestou preocupação com fornecedores de insumos – como embalagens e matérias-primas importadas – que, a médio prazo, irão interferir na quantidade da produção. Ele ainda relatou que, por enquanto, o cenário é de relativa normalidade nos supermercados, mas ponderou a necessidade de funcionamento de postos de gasolina e restaurantes nas estradas, para dar suporte aos transportadores. O presidente do Sulpetro, João Carlos Dal’Aqua, complementou que muitos postos estão pedindo à ANP o fechamento devido à crise. “A falta de organização e previsibilidade nos deixa de mãos atadas e preocupados. Precisamos achar uma maneira de dar fôlego para quem quer se manter trabalhando”, comentou.
O presidente do Lide RS, Eduardo Fernandez, defendeu previsão de reabertura das atividades comerciais, que estão suspensas até 15 de abril por decreto do governador Eduardo Leite. “Todos os setores vão ser muito impactados, havendo a possibilidade de colapso de segurança também. Firmar uma previsibilidade de ação é fundamental”, destacou Fernandez.
Hernane Cauduro, da Abimaq, também manifestou preocupação com fornecedores: “Se essa paralisação se prolongar, vamos parar. Não teremos como continuar atendendo aos pedidos”, antecipou. Claudio Santos, da Abrasel, relatou que o segmento de bares e restaurantes está sendo muito atingido, por não ter previsão de reabertura. Atualmente, 60% dos estabelecimentos estão fechados, segundo ele, mas os que estão funcionando não estão atingindo vendas porque a população está em isolamento domiciliar e fazendo refeições em casa.
Rogério Kerber, que representou o setor da proteína animal, informou que as plantas habilitadas para exportação estão atuando normalmente, porém as unidades que produzem para o mercado interno estão com dificuldades, estando os abates com problemas de escoamento para as redes de consumo, o que causa redução do trabalho. “Observamos que alguns estrangulamentos vão ocorrer nos próximos dias, com perda da sustentabilidade das pequenas empresas pelo coronavírus, pela seca, e pelo custo de produção pela variação cambial”, disse Kerber.
O deputado Fábio Branco (MDB) sugeriu convocar os presidentes de Banrisul, BRDE e Badesul para uma próxima reunião do Fórum para falarem de suas ações emergenciais para trabalhadores e empresários frente à crise. O parlamentar também pediu a Polo que convide o secretário da Fazenda para responder questões relacionadas como o pagamento de ICMS e do IPVA. O próximo encontro será realizado na próxima sexta-feira.
O objetivo do Fórum de Combate ao Colapso Social e Econômico é focar as ações em três etapas. A primeira é fazer um levantamento dos setores estratégicos para a produção de alimentos e que dão suporte a ela. Depois, identificar alternativas de funcionamento para os setores estratégicos, sem afetar a saúde dos trabalhadores. Por fim, definida a alternativa mais adequada, desenvolver um plano e processos de implantação. Reunindo entidades de diversos segmentos, o movimento também pretende buscar apoio emergencial de bancos e governos a trabalhadores que já estão enfrentando dificuldades, especialmente os autônomos, e empreendedores que foram obrigados a interromper suas atividades.